Tivesse Anna Pavord o rigor histórico na descrição dos contextos políticos e económicos e um pouco mais de emoção no relato, e este seria um dos meus livros preferidos.
Apesar de se tratar de uma experiente escritora em matéria de jardinagem (e isso é bem patente no detalhe com que a autora descreve as diversas variedades de tulipas e os métodos de criação de novas formas e cores ao longo dos tempos), faltou a este livro o encantamento mágico da petite histoire. Aquele que nos leva, de descrição em descrição, a viver as mentalidades e espírito de uma época distante.
Mesmo falhando no modo (é dificil a transversalidade!), o livro continua a ter informações preciosas sobre esta flor vinda das estepes asiáticas para a Europa em meados do século XVI, a origem do seu nome (thoulypen ou duliband, a palavra turca para turbante) e as disputas entre os "floristas" holandeses pela criação da tulipa mais bela (o célebre período que ficou conhecido para a História como "tulipomania", ocorrido entre 1634 e 1637).
É, apesar de tudo, um livro para se ler às portas da Primavera. E esta, para mim, já começou com o despontar das primeiras tulipas.
Pavord, Anna -The tulip. Londres: Bloomsbury Publishing Plc, 2000
4 comentários:
"Tens" de falar do mito da tulipa negra...
interessante, os holandeses adoptaram de tal maneira as tulipas que chegamos a pensar que elas só existem na holanda eheheh
a tulipa é o bacalhau deles!
Só que o bacalhau dos portugueses é dos noruegueses, mas isso é outra história. Quanto às tulipas, são das flores que eu mais gosto.
Está tão bonita a fotografia!
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