quinta-feira, março 30, 2006

invasão azul



A hyacinthoides hispanica, conhecida cá em casa por "campaínha azul", é uma espécie que enche de azul os jardins e campos na Península Ibérica, nesta altura do ano. Os meus canteiros de roseiras não ficam de fora do seu plano de invasão: há anos que lutamos incessantemente para controlar os seus avanços, retirando os bolbos da terra no final da floração. Apesar de tudo, regressam sempre, crescendo por entre as roseiras, despontando nos locais mais inesperados e dando cabo de qualquer esquema formal de plantação.
Ora parece que a mesma espécie está a causar alguns estragos no Reino Unido e na Irlanda. Sempre atentos à constituição e dinâmica da sua flora, os botânicos, ecologistas e outros estudiosos das plantas silvestres do Reino Unido declararam-na flora non-grata pelo risco de cruzamento com a nativa e mais delicada hyacinthoides non-scripta (o que já aconteceu e originou uma série de híbridos) .
A preocupação tem vindo a estender-se ao desenvolvimento de outras variedades locais de espécies nativas. Cada vez mais se tem vindo a aconselhar o estudo das espécies locais no seu habitat natural e a adopção de plantas e sementes de proveniência certificada.
Para mais informação, consultar:
Bluebells for Britain - o documento sobre o estudo e campanha de sensibilização para o impacto da introdução da hyacinthoides hispanica nas ilhas britânicas.
Natural History Museum - um inquérito com propósitos de inclusão de todos os interessados neste estudo
Plantlife - o site da Plantlife International, uma organização dedicada à conservação das plantas silvestres no Reino Unido, Europa e resto do mundo.

3 comentários:

teresa g. disse...

Isto é preocupante, porque parece que a 'poluição genética' também pode vir de perto, contrariamente ao que costumamos pensar!

Living Place disse...

POdem ser invasoras..... mas são lindas :-)

Anónimo disse...

Qualquer espécie pode ser invasora fora da sua área de distribuição natural...
Fico é com alguma curiosidade relativamente à situação na Peninsula Ibérica, onde ambas as espécies são autóctones, e, julgo, coexistem em algumas áreas.
andreia