terça-feira, fevereiro 28, 2006

"fazendo a cama" das sementes


Ontem e hoje foram dias excelentes para trabalhar a terra dos canteiros que irão receber as sementes de flores e as pequeninas plantas de ervilha-de-cheiro que começam a germinar nos tabuleiros. Como estava sol, a terra estava mais quente e o excesso de água da chuva havia evaporado.
Em ambos os canteiros, arranquei as urtigas (que fui acrescentando à pilha de composto), retirei as pedras e desfiz os torrões de terra que fui encontrando à superfície. A terra ficou fofa, solta e preparada para ser ser alisada com a ajuda de um ancinho.
Uma vez que a terra que recebe a sementeira deve ter um baixo teor de nutrientes (as raízes novinhas são demasiado sensíveis a elevadas concentrações de nutrientes), o composto foi aplicado há semanas atrás.

segunda-feira, fevereiro 27, 2006

congresso internacional de parques urbanos e metropolitanos


Aproximam-se dois dias de apresentação e debate sobre os parques públicos, sua forma e função, evolução, sustentabilidade e contributo para a qualidade de vida urbana. No Centro de Congressos do Porto-Alfânfega, a 24 e 25 de Março. O programa e a ficha de inscrição podem ser descarregados daqui. A inscrição é gratuita.

quarta-feira, fevereiro 22, 2006

um livro à quarta (IV)



Ferrão, J. E. Mendes - A aventura das plantas e os descobrimentos portugueses. 3ª edição. Lisboa: Instituto de Investigação Científica Tropical, Fundação Berardo e Chaves Ferreira - Publicações, S.A, 2005

Dupla celebração: o centenário do Jardim-Museu Agrícola Tropical e a reedição da obra do Prof. José Mendes Ferrão sobre a fantástica odisseia das plantas do mundo tropical introduzidas pelos portugueses na época dos descobrimentos e os seus processos de aclimação e difusão.

terça-feira, fevereiro 21, 2006

reciclar na hora de semear

Reaproveitamento de embalagens e materiais na hora de preparação das sementeiras:
- vasos para sementes: para além dos vasos feitos em papel de jornal com o pequeno instrumento de madeira que aparece na imagem e os vasos de origami, podem ainda aproveitar-se copos de iogurte, os rolos vazios de papel higiénico ou de cozinha e as embalagens de ovos. Não esquecer de abrir um pequeno furo no fundo dos pequenos contentores para facilitar a drenagem.
- tabuleiros para sementeiras: os tabuleiros de polystyreno do supermercado, as caixas de madeira (como na fotografia) ou outros contentores de diferentes materiais que já não cumprem as sua função original podem ser preenchidos com terra e receber as pequenas sementes até ao momento de passar as jovens plantas para o local definitivo. O mesmo se aplica para a propagação.
- etiquetas: as de plástico, que aparecem na fotografia, são recicláveis. Podem ser marcadas a lápis e apagadas depois. Mas, para se saber sempre o nome da planta que se semeou, há outras hipóteses: escrever o nome em molas de madeira que se prendem na borda dos vasos ou em pedras que se colocam na terra. Com tinta resistente à água, claro. A Urtiga reutiliza os tabuleiros de polystyreno, transformando-os em etiquetas de suspensão de diferentes formatos (flores, nuvens etc).
- coberturas para sementeiras: o plástico transparente perfurado de que são feitos os sacos de pão à venda nos supermercados transformam-se em excelentes coberturas de tabuleiros: resguardam do frio, permitem a circulação de ar e o controlo visual da germinação e crescimento das plantas.
Quem dá mais ideias?

segunda-feira, fevereiro 20, 2006

1º congresso nacional do chá


Um congresso sobre os aspectos nutricionais, históricos, económicos, literários e sociais do chá. No Círculo Universitário do Porto, de 17 a 19 de Março.
O programa, as informações e a ficha de inscrição estão aqui.

domingo, fevereiro 19, 2006

energias renováveis - palestras na FEUP

De Fevereiro a Maio de 2006, o mestrado em energias renováveis da Faculdade de Engenharia da UP (FEUP) vai abrir ao público algumas das suas sessões, dando lugar a um conjunto alargado de palestras sobre a temática "Energias Renováveis".
As palestras terão lugar na FEUP (R. Dr. Roberto Frias, ao lado do Hospital de S. João, no Porto), na sala B004, todas as 4ª feiras, entre as 16 e as 18 horas. A entrada é livre.
Do programa constam as seguintes sessões:
*22 Fev. -Armando Oliveira (FEUP) -"Abertura do Programa do Seminário"
*01 Mar. -Francisco Sanchez (EDP/WCSD-Portugal) -"Electricidade e sustentabilidade"
*08 Mar. -Paulo Sena Esteves (OMIP) -"Mercado Ibérico: Desafios e Oportunidades"
*15 Mar. -Manuel Collares Pereira (INETI) -"A electricidade solar térmica no horizonte da energia solar"
*22 Mar. -Álvaro Martins (ISEG/CEETA) -"As Alterações Climáticas e a Economia do Carbono - impacto sobre a economia portuguesa"
*29 Mar. -A. Costa e Silva (Partex) -"Combustíveis Fósseis: Cenários"
*19 Abr. -A. Sá da Costa (APREN) -"O desenvolvimento da energia eólica em Portugal - grandes parques e remuneração"
*26 Abr. -José Penedos (REN) -"Redes Eléctricas"
*03 Mai. -Ribeirinho Machado (EDP Produção) -"A valia eléctrica nos grandes empreendimentos hídricos"
*10 Mai. -Jorge Vasconcelos (ERSE) -"A regulação em Portugal e os preços da electricidade"
*17 Mai. -Rui Barros (ENERSIS) -"Das ondas do mar à electricidade"
*31 Mai. -Rui Leitão (EDP Produção) -"Aproveitamentos minihídricos - enquadramento e evolução do sector. Aspectos técnicos de concepção e projecto".

aproveitar uma manhã de chuva ...


... para fotografar as plantas em crescimento (na foto, alhos), colocar os vasos de peónias em local abrigado, cortar as camélias que se estragaram com a chuva, limpar os "presentes" das pombas que se têm vindo a abrigar na palmeira (estou feita! como posso dar a volta a isto??) e começar a fazer vasos para transplante de plantas pequeninas com papel de jornal.

quinta-feira, fevereiro 16, 2006

narciso ou junquilho?


A par dos crocos, os narcisos e os junquilhos são as primeiras flores de plantas bolbosas a aparecer no jardim, no final do "desengraçado" período que precede a Primavera.
Para dar notícia deste feliz acontecimento, tive de, tal como a Sophie, relembrar a diferença entre as duas flores que frequentemente se confundem.
Graças à dica bibliográfica* da Urtiga, fiquei a saber que o termo narciso designa as variedades de flores formadas por uma coroa central, ou trombeta, rodeada por seis pétalas. O tamanho, proporção e cor da trombeta podem variar, e o mesmo se passa com as pétalas. Os narcisos que fazemos crescer nos nossos jardins foram obtidas a partir do narciso silvestre. O narciso mais cultivado é o narcissus (-de-trombeta) cuja única flor é do mesmo tamanho ou maior que as pétalas.
Ao contrário do narciso, o junquilho (n. jonquilla) caracteriza-se pelo seu cheiro e pelo conjunto de flores que nasce em cada caule, de cores que podem também variar*.
Fica aqui a mnemónica para o próximo ano: narciso = 1 flor/caule e junquilho = grupo de flores/caule.
Posso então declarar oficialmente a abertura dos narcisos no meu jardim!
* O livro do jardim, Selecções do Reader's Digest

quarta-feira, fevereiro 15, 2006

um livro à quarta (III)

(fundo da imagem: print de Howard Sooley)
Gosto da forma como começa: Este libro trata de pequeñas cosas.
Adivinho um livro escrito por alguém atento, metódico e sistemático, com uma tremenda capacidade de ver e interpretar o que descobre. Depois de o folhear e ler a introdução, no tal fim de tarde na Laie, vejo que não me enganei. Revela-se um trabalho de reflexão sensível sobre os múltiplos processos e dinâmicas de paisagem (parques eólicos, caminhos de água, culturas intensivas de árvores, muros, jardins e pátios ...) registados ao longo de uma década.
As páginas dedicadas à "agricultura-floresta-paisagem" são as que mais me interessam. Encontrei uma referência útil aos engenhos da horta (os cataventos, os espantalhos, os suportes para plantas trepadeiras feitos de canas, por exemplo) que me ajudou a organizar as fotografias que tenho feito por aí sobre essas "engenhocas". Para além disso, ganhei novas inspirações para coleccionar outros truques e inventos - os sulcos distribuidores de água, os separadores de culturas, as protecções contra o sol e vento, as armadilhas e protecções contra pragas. Tudo isto numa página só!! Imaginem então a emoção que é ler as 283 páginas do livro...
Galí-Izard, Teresa. Los mismos paisajes. Ideas e interpretaciones │ The same landscapes. Ideas and interpretations. Barcelona: Editorial Gustavo Gili, 2005.

domingo, fevereiro 12, 2006

barcelona botànic


melianthus major (jardí botànic de barcelona)
É sempre um prazer viajar até Barcelona, uma cidade onde nunca se esgotam as aliciantes propostas de visita. Se a ida aos principais monumentos e equipamentos culturais se torna quase impossível ao fim-de-semana, há que procurar alternativas fora dos locais turísticos mais óbvios.
Um passeio pelos parques e jardins de Barcelona (com destaque para o Parc del Laberint d'Horta, um belo jardim-museu neoclássico), uma visita ao mercado da Boqueria e às suas tendas de floristas em plena Rambla ou uma manhã passada entre as espécies mediterrânicas do jardim botânico são alguns dos programas alternativos a realizar ao ar livre nesta cidade cheia de sol.
Destas três sugestões, destaco o Jardí Botànic de Barcelona, criado em 1930 em pleno parque de Montjuïc. Inicialmente, foi pensado como um jardim botânico histórico especializado na vegetação da Catalunha. Com o decorrer do tempo, foram sendo incorporadas novas colecções de plantas dos Pirinéus e das Ilhas Baleares, passando o jardim a desempenhar um importante papel na conservação da biodiversidade.
Após um período complicado em parte originado pela construção dos novos equipamentos olímpicos nas imediações, o jardim botânico fechou para restruturação.
O novo jardim foi aberto ao público em 1999, com uma nova proposta: a de representar a vegetação mediterrânea de todo o Mundo. Assim, e embora a sua procedência geográfica seja variada, o jardim dedica-se à conservação e divulgação de inúmeros exemplares botânicos de diferentes regiões do mundo com clima mediterrâneo (Austrália ao Chile ou mesmo África do Sul, por exemplo). Todos estes lugares correspondem ao mesmo tipo climático, caracterizado por verões quentes e secos, invernos suaves com geadas ocasionais e concentração de chuvas na primavera e outono.
A distribuição das plantas no jardim está pensada de acordo com as diferentes proveniências e estende-se ao longo de 14 hectares.
Neste precioso catálogo ao vivo podem conhecer-se de perto as variedades de espécies botânicas, descobrindo o seu verdadeiro nome e a sua classificação.
Ou ainda aprender algumas combinações de plantas, como por ex. a phoenix canariensis + aeonium arboreum que irei reproduzir no meu jardim.
De regresso ao centro, uma passagem pela Livraria Laie fecha o "programa botânico" em beleza. Apesar de não se tratar de uma livraria especializada no tema, a oferta de títulos sobre botânica, jardins e paisagem compensou a visita.
Mas, sobre isso, falaremos na próxima quarta-feira *: )

sexta-feira, fevereiro 10, 2006

el cap de setmane passad


palau de la virreina, com vista para o mercado da boqueria

Crónicas da cidade que cheira a chocolate. Brevemente.

quinta-feira, fevereiro 02, 2006

quarta-feira, fevereiro 01, 2006

um livro à quarta (II)


Às vezes pergunto-me como a minha vida seria diferente se, na altura de escolher o meu curso, tivesse tido em conta outras áreas de conhecimento que hoje me fascinam. A antropologia social é uma delas; a botânica é outra. Daí que este livro de Jack Goody (trad. de The Culture of Flowers), professor honorário na Universidade de Cambridge, seja o meu livro do momento.

Aproveitando uma boa parte do material (literatura, livros de viagens, de poetas etc.) e observações pessoais recolhidas ao longo de uma vida de investigação, o autor interroga-se sobre a universalidade e diversidade da "linguagem das flores"- os seus inúmeros significados, o poder simbólico e os usos religiosos e profanos.

Revendo o seu papel no Ocidente (desde a invenção do "paraíso", passando pela Idade Média até aos nossos dias), nas culturas islâmica, africana ou da China maoísta, Goody oferece-nos mais de 500 páginas que se lêem com um imenso prazer.

Goody, Jack - La culture des fleurs. Paris: Éditions du Seuil, 1994