terça-feira, maio 31, 2005

sobreviver a chelsea

Escrever sobre a experiência que é visitar the greatest flower show on earth é sempre uma tarefa incrivelmente difícil. É preciso recuperar do cansaço pelos hectares percorridos e pelos imensos inputs recebidos, coligir notas, verificar catálogos, recordar momentos, exercer a crítica e fazer escolhas. Chelsea saboreia-se no momento e depois. Fechando os olhos no avião, a caminho de casa, para percorrer o grande pavilhão e refazer o trajecto por entre os jardins a concurso e os seus conceitos.



Apesar de ser um evento tipicamente inglês, há muito que o interesse pelo Chelsea Flower Show ultrapassou as fronteiras da Velha Albion. Organizado pela Royal Horticultural Society nos terrenos do Royal Hospital de Londres desde 1913, o certame que mostra as últimas tendências em matéria de flores e tudo o que se relaciona com a jardinagem atrai expositores e visitantes de todo o mundo. Durante cinco dias (os dois primeiros reservados aos membros do RHS) mais de 150.000 pessoas percorrem as três áreas do recinto: o grande pavilhão, os jardins e a zona comercial. A Família Real concede o seu alto patrocínio à exposição, visitando-a um dia antes da abertura.

Não há Chelsea sem:
- os prémios: um júri atribui prémios aos melhores jardins e flores ou legumes (individualmente ou em arranjo). As medalhas "Gold", "Silver-Gilt", "Silver" e "Bronze" são, à altura da inauguração, exibidas orgulhosamente pelos expositores premiados.





- a espectacularidade superlativa de alguns stands - normalmente dispostas em pirâmide ou esfera, as composições de flores multicolores podem ser vistas de qualquer parte do pavilhão.





- os star-gardeners da BBC - toda a excitação em torno de Chelsea e da sua preparação é captada pela BBC, que garante a cobertura televisiva dos acontecimentos diariamente e desvenda os bastidores desta mega-produção. As fugazes aparições de Alan Titchmarsh e Diarmuid Gavin trouxeram mais colorido à minha visita :-P

Alan Titchmarsh

Diarmuid Gavin

- os simpáticos pensionistas do Royal Hospital - habitual presença no recinto, foram os vencedores do prémio para o Melhor Jardim no ano em que se comemoram os 60 anos da II Guerra Mundial (na qual muitos dos pensionistas combateram).



O designer Julian Dowle, em colaboração com os habitantes do Royal Hospital, recriou a visão nostálgica com que o soldado britânico sonhava naquela frente de batalha. Parte desse jardim é uma reconstituição da horta (vegetable garden) de acordo com o programa "Dig for victory", uma campanha através da qual o governo britânico incentivou os cidadãos a cultivar os seus próprios alimentos e a transformar canteiros e relvados (públicos e privados) em produtivas hortas.

(a seguir: novidades no CFS 2005)

2 comentários:

floreseabelhas disse...

Espero que não tenhas esquecido o chapéu...

greenman disse...

Eu também visitei o Chelsea Flower Show alguns anos atrás!
Adorei, adorei, adorei...
Não há nada parecido com essa experiência!
:-)