terça-feira, maio 31, 2005
(reflexão após manhã de trabalho)
(foto retirada do site rhs; as fotos dos jardins são quase impossíveis de tirar dada a multidão em torno deles)
I.
Lizzie Taylor e Dawn Isaac apresentaram em Chelsea um jardim-escritório (office-cum-garden), o local perfeito para trabalhar ao ar livre. Consiste num work pod em metal com cadeira e secretária implantado no meio de um jardim onde a água e o espaço para plantas tornam qualquer desempenho mais agradável.
Este jardim concorreu na categoria city gardens e foi patrocinado pela Microsoft.
II.
O jardim foi colocado à venda em leilão no e.bay. O produto da venda destina-se a financiar as férias das autoras.
III.
Lizzie Taylor e Dawn Isaac têm 38 e 33 anos respectivamente. Antes de se dedicarem ao design de jardins, eram profissionais na área das relações públicas e publicidade. Descobriram a nova vocação quando ambas se mudaram para casas com jardim. Inscreveram-se num curso de jardinagem, abandonaram os antigos empregos e ...
IV.
... dedicam-se a meter inveja a trabalhadoras como eu. Ou a servir de inspiração ???
sobreviver a chelsea
Escrever sobre a experiência que é visitar the greatest flower show on earth é sempre uma tarefa incrivelmente difícil. É preciso recuperar do cansaço pelos hectares percorridos e pelos imensos inputs recebidos, coligir notas, verificar catálogos, recordar momentos, exercer a crítica e fazer escolhas. Chelsea saboreia-se no momento e depois. Fechando os olhos no avião, a caminho de casa, para percorrer o grande pavilhão e refazer o trajecto por entre os jardins a concurso e os seus conceitos.
Apesar de ser um evento tipicamente inglês, há muito que o interesse pelo Chelsea Flower Show ultrapassou as fronteiras da Velha Albion. Organizado pela Royal Horticultural Society nos terrenos do Royal Hospital de Londres desde 1913, o certame que mostra as últimas tendências em matéria de flores e tudo o que se relaciona com a jardinagem atrai expositores e visitantes de todo o mundo. Durante cinco dias (os dois primeiros reservados aos membros do RHS) mais de 150.000 pessoas percorrem as três áreas do recinto: o grande pavilhão, os jardins e a zona comercial. A Família Real concede o seu alto patrocínio à exposição, visitando-a um dia antes da abertura.
Não há Chelsea sem:
- os prémios: um júri atribui prémios aos melhores jardins e flores ou legumes (individualmente ou em arranjo). As medalhas "Gold", "Silver-Gilt", "Silver" e "Bronze" são, à altura da inauguração, exibidas orgulhosamente pelos expositores premiados.
- a espectacularidade superlativa de alguns stands - normalmente dispostas em pirâmide ou esfera, as composições de flores multicolores podem ser vistas de qualquer parte do pavilhão.
- os star-gardeners da BBC - toda a excitação em torno de Chelsea e da sua preparação é captada pela BBC, que garante a cobertura televisiva dos acontecimentos diariamente e desvenda os bastidores desta mega-produção. As fugazes aparições de Alan Titchmarsh e Diarmuid Gavin trouxeram mais colorido à minha visita :-P
Alan Titchmarsh
Diarmuid Gavin
- os simpáticos pensionistas do Royal Hospital - habitual presença no recinto, foram os vencedores do prémio para o Melhor Jardim no ano em que se comemoram os 60 anos da II Guerra Mundial (na qual muitos dos pensionistas combateram).
O designer Julian Dowle, em colaboração com os habitantes do Royal Hospital, recriou a visão nostálgica com que o soldado britânico sonhava naquela frente de batalha. Parte desse jardim é uma reconstituição da horta (vegetable garden) de acordo com o programa "Dig for victory", uma campanha através da qual o governo britânico incentivou os cidadãos a cultivar os seus próprios alimentos e a transformar canteiros e relvados (públicos e privados) em produtivas hortas.
(a seguir: novidades no CFS 2005)
Apesar de ser um evento tipicamente inglês, há muito que o interesse pelo Chelsea Flower Show ultrapassou as fronteiras da Velha Albion. Organizado pela Royal Horticultural Society nos terrenos do Royal Hospital de Londres desde 1913, o certame que mostra as últimas tendências em matéria de flores e tudo o que se relaciona com a jardinagem atrai expositores e visitantes de todo o mundo. Durante cinco dias (os dois primeiros reservados aos membros do RHS) mais de 150.000 pessoas percorrem as três áreas do recinto: o grande pavilhão, os jardins e a zona comercial. A Família Real concede o seu alto patrocínio à exposição, visitando-a um dia antes da abertura.
Não há Chelsea sem:
- os prémios: um júri atribui prémios aos melhores jardins e flores ou legumes (individualmente ou em arranjo). As medalhas "Gold", "Silver-Gilt", "Silver" e "Bronze" são, à altura da inauguração, exibidas orgulhosamente pelos expositores premiados.
- a espectacularidade superlativa de alguns stands - normalmente dispostas em pirâmide ou esfera, as composições de flores multicolores podem ser vistas de qualquer parte do pavilhão.
- os star-gardeners da BBC - toda a excitação em torno de Chelsea e da sua preparação é captada pela BBC, que garante a cobertura televisiva dos acontecimentos diariamente e desvenda os bastidores desta mega-produção. As fugazes aparições de Alan Titchmarsh e Diarmuid Gavin trouxeram mais colorido à minha visita :-P
Alan Titchmarsh
Diarmuid Gavin
- os simpáticos pensionistas do Royal Hospital - habitual presença no recinto, foram os vencedores do prémio para o Melhor Jardim no ano em que se comemoram os 60 anos da II Guerra Mundial (na qual muitos dos pensionistas combateram).
O designer Julian Dowle, em colaboração com os habitantes do Royal Hospital, recriou a visão nostálgica com que o soldado britânico sonhava naquela frente de batalha. Parte desse jardim é uma reconstituição da horta (vegetable garden) de acordo com o programa "Dig for victory", uma campanha através da qual o governo britânico incentivou os cidadãos a cultivar os seus próprios alimentos e a transformar canteiros e relvados (públicos e privados) em produtivas hortas.
(a seguir: novidades no CFS 2005)
segunda-feira, maio 30, 2005
no dia em que o big ben parou
quarta-feira, maio 25, 2005
domingo, maio 22, 2005
cozinhar ao sol
Diz quem o tem que a água ferve em 20 minutos e que tudo o que aqui é cozinhado sabe melhor. Acrescento que este forno solar (que parece saído de um filme de Mr. Lucas!) é fruto da investigação nacional sobre energias alternativas, combinada com know how da indústria de moldes em Portugal. O galo de Barcelos que há em mim não cabe em si de orgulho!
terça-feira, maio 17, 2005
agricultura urbana e sustentabilidade local
domingo, maio 15, 2005
arrrrggg, lesmas!
É um clássico da jardinagem, este ódio às lesmas e caracóis. Não os odeio pelo seu aspecto (:-) eu também gostaria de andar pelo mundo de casa às costas :-)!), mas pelo estrago que causam no meu jardim. Depois de quase uma semana sem lá pôr os pés, fui dar com as folhas das zínias completamente furadas. Pelo nexo de causalidade entre a lesma imediatamente descoberta nas imediações e aquele facto, só posso pronunciar um veredicto: a fotogénica lesma é culpada.
Combate às lesmas e caracóis
No último número da "Gardener's world", Helen Yemm apresenta as principais armas de combate na guerra contra estes temíveis invasores:
1. combater até à morte: Os caracóis adoooooram cerveja e citrinos, sendo atraídos pelo seu cheiro. Essa atracção pode ser fatal se usar aquelas "armas" em alternativa aos venenos químicos:
- armadilha de cerveja - existem à venda no mercado, mas podem ser feitas com metades de garrafas de plástico (enterradas ao nível do solo, com a tampa para baixo, cheias de cerveja). Se não pretende a morte do inimigo por afogamento mas apenas o seu "atordoamento", pode fazer um isco misturando a cerveja com farelo. Depois, pode largá-los longe para curarem a ressaca.
- laranja - colocar metade de uma laranja no chão. Assim que apanhar lá os caracóis, deite-lhes sal por cima.
2. bloquear o avanço do inimigo: os caracóis e as lesmas odeiam deslizar sobre superfícies rugosas. Por isso, rodeie as culturas de uma barreira feita com cinza, serrim (que também lhes deve secar o visgo necessário à progressão no solo), conchas partidas ou cascas de ovo esmagadas. Pode colocar também em torno das plantas ou aplicar nos vasos uma tira de cobre que irá actuar como condutor de electridade, provocando um pequeno choque no caracol ou lesma que ousar aproximar-se.
3. antecipar-se ao inimigo: por vezes, um bom resultado só poderá ser atingido através da combinação de vários métodos aqui descritos. No entanto, há modos de prevenir o seu avanço:
- os caracóis e as lesmas gostam de locais frescos e húmidos e saem do seu esconderijo à noite. Pode caçá-los depois do sol posto e deixá-los à mercê dos predadores durante o dia (voltem, passarinhos! Estão perdoados);
- nunca regue à noite;
- algumas plantas são odiadas pelos caracóis e lesmas. Como são bonitas, são duplamente bem-vindas ao jardim: a calendula (calendula officinalis), os cosmos (cosmos bipinnatus), a equinácea (echinacea purpurea), as papoila oriental e selvagem (papaver orientale e papaver rhoeas) e a alfazema são suficientemente ásperas e aromáticas para os afastar.
Para saber mais sobre o tema, consultar aqui.
troca de truques
Com os cotovelos em cima do muro, passei parte da tarde a trocar "mimos" com o vizinho. A conversa entre hortelões foi-se tornando num despique divertido: as maiores alfaces, os alhos franceses mais "gordos", as favas mais altas, a falta de estacas nos meus tomateiros (oops é a primeira vez que planto tomates sem ser cereja!)... Ele gozou com a minha "estufa" improvisada, eu meti-me com ele por causa do sistema de protecção dos magnórios que engendrou com sacos plásticos.
Dei-lhe a ideia de reforçar o sistema de protecção contra pássaros (ai melro, se te apanho! :-) ) com cd's velhos ou fitas de cassetes estragadas pendurados nas árvores.
Na próxima semana, tenho de arranjar tempo para proteger as cerejas da "brigada dos pássaros gulosos". Vou dar-lhes música, antes que eles ma dêem a mim!
segunda-feira, maio 09, 2005
botanizing on the asphalt *
* Benjamin, W.: Charles Baudelaire. A lyric poet in the era of high capitalism. Verso Books, 1983 (p. 36)
Acuso o meu romantismo! Tenho especial predilecção por estes apontamentos de cidade selvagens, campestres, de flora espontânea e (bio)diversa. Aos espaços verdes estereotipados e homogéneos prefiro outras alternativas de natureza: os prados que ainda subsistem na paisagem urbana ou as flores que caem dos muros e brotam dos passeios.
Para identificá-las melhor, procuro aqui.
(obrigada pela descoberta, M.)
domingo, maio 08, 2005
a semana do jardim
O Lidl dedica as promoções desta semana aos jardineiros: estufas com rede, sistemas de rega gota-a-gota, pás articuladas, etiquetas, acessórios para jardinagem, mangueiras com enrolador a preços simpáticos. Até 5ª feira.
sexta-feira, maio 06, 2005
eruca sativa
Começa a chegar o calor e apetece uma boa salada! Como reconheço a diferença entre uma alface comprada no supermercado e outra acabada de arrancar da horta, decidi cultivar este ano dois tipos de alface (frisada e lisa) e outras folhas para salada.
Uma delas, a rúcula, não deixa ninguém indiferente. Adoro o sabor levemente picante (a noz?) das folhas novinhas.
Semeei meio pacote de sementes bio há uma semana e meia atrás e ... tchan tchan tchan tchan ... aqui estão elas (ver foto). Como crescem muito depressa, poderão ser colhidas 6 semanas após a sementeira.
Esta crucífera natural dos países mediterrânicos pode ser cultivada em plena horta ou em vasos na varanda, ao sol ou semi-sombra. Prefere solos férteis, húmidos e bem drenados. A melhor época para a semear é a Primavera. No entanto, a sementeira pode ser repetida 2 ou 3 vezes até Setembro para assegurar uma produção contínua.
como preparar a rúcula
A rúcula pode ser consumida como qualquer outra folha para salada. Mas atenção: nunca deve ser temperada com vinaigrettes muito fortes!
salada de rúcula com frango
Cortar 4 peitos de frango em tiras e alourar num bocadinho de azeite. Temperar com sal e pimenta e tapar. Deixar cozer durante mais 5 minutos. Arranjar um pé de alface e 100 gr de rúcula. Descascar 2 laranjas e cortar em rodelas fininhas. Cortar as rodelas a meio. Preparar um molho com o sumo de uma laranja, 1 colher (chá) de vinagre balsâmico, 3 colheres (sopa) de bom azeite e uma pitada de sal. Dispor a alface, a rúcula, a laranja e o frango num prato. Regar com o molho, polvilhar com cebolinho picado e servir.
bruschetta (para uma refeição leeeeeeve)
Sobre uma torrada de pão de centeio colocar: metades de tomate-cereja previamente marinadas em azeite e uma pitada de sal + requeijão esfarelado ou fatias de queijo fresco + presunto desfiado + rúcula.
terça-feira, maio 03, 2005
lista de desejos * mini-banco de sementes
Ando a "cobiçar" este kit de um mini-banco de sementes lançado pelos jardins de Kew . É composto por uma mini-câmara de secagem e uma série de outros componentes que permitirão colher, processar e armazenar as sementes do meu jardim (e de outros). ;-)
bancos de sementes
Um pouco por todo o mundo têm sido reforçados ou constituidos bancos de sementes com o principal objectivo de desenvolver programas de recolha e conservação de sementes de flora nativa.
Agindo local ou globalmente, instituições como os tradicionais jardins botânicos (por exemplo Millennium Seed Bank Project) ou novos conservatórios ex situ como o Eden Project , têm vindo a apostar em acções que visam garantir a biodiversidade futura.
A par da investigação científica, muitos oferecem interessantes programas de educação ambiental e de sensibilização junto de vários tipos de público. Um dos mais interessantes é o Adopt a Veg, uma campanha que pretende salvar os legumes tradicionais britânicos. Lançada pela HDRA-the organic organisation, esta campanha incentiva a adopção de uma ou mais variedades de legumes que constam do seu banco de sementes.
No final do ano passado, foram também dados os primeiros passos no sentido da formação de uma rede de preservação de variedades locais em Portugal. Esperamos ter mais notícias em breve!
Entretanto, o Banco de sementes do Jardim Botânico da Universidade de Lisboa e o Index Seminum et Sporarum do Jardim Botânico da Universidade de Coimbra fazem as nossas delícias.
domingo, maio 01, 2005
i present thee, william shakespeare
Regressada às actividades jardineiras e hortícolas, fui brindada com as primeiras flores das novas roseiras:
- William Shakespeare 2000 (David Austin)- uma roseira inglesa de flor de um vermelho profundo que, gradualmente, vai passando a púrpura. Tive de cortar a rosa porque o seu peso era demasiado para os caules ainda "tenrinhos" da planta. Perdeu o jardim, mas ficou a ganhar a sala. O perfume é ainda melhor do que eu pensava! Chega aí???
- Just Joey (David Austin) - uma roseira híbrida Chá de flores de um laranja acobreado.
- Jacques Cartier (Delbard) - os primeiros botões desta roseira híbrida Portland prometem um arbusto cheio de flores cor-de-rosa suave, dentro de pouco tempo.
Consociações - plantas "amigas" das roseiras
Uma forma de combater as pragas mais comuns das roseiras parece ser a sua combinação com outras plantas, colocadas na sua proximidade mas afastadas da zona em torno da sua raíz:
- chagas e cravos túnicos: protegem contra os afídios (pulgões);
- alhos: exerce uma acção fitossanitária e previne contra o míldio.
Para além de fomentar a saúde das roseiras (através de uma relação que ainda ninguém conseguiu comprovar científicamente), as consociações promovem o habitat de insectos que são inimigos naturais das pragas (como as joaninhas, por exemplo).
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