Esta excitação e espanto em torno de Chelsea pegam-se mesmo e espalham-se pelo corpo à medida que vamos progredindo no recinto da exposição. Como escrevi no
post anterior, tudo está "artilhado" para que o efeito
the greatest flower show on earth funcione: o cerimonial dos bilhetes (esgotados há meses, apesar da edição deste ano contar com mais um dia), o pouco tempo para ver tudo, a confusão de gente, a qualidade nas apresentações, a cor (meu Deus, a cor!) e as novas criações que nos cabe descobrir com a ajuda do imprescindível catálogo.
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Aqui entre nós, pergunto-me se esta fórmula funcionaria do lado de cá do canal da Mancha, de tão imbuída de espírito britânico que está. Dei comigo várias vezes a reconhecer certos
gags dignos das séries de humor rodadas em micro-cenários nos quais revemos todos os clichés sobre os ingleses: um chapéu subtilmente ridículo, as arcadas de rosas incrivelmente românticas e paradas no tempo de tão rosa-pálido que são, os pic-nics idílicos no prado que não foi aparado, os famosos comentários sobre o tempo instável que faz, fez e fará enquanto Chelsea acontecer.
Mas o que distancia este acontecimento de um paroquial concurso para eleger a melhor begónia do condado? O
glamour, já disse. A escala, evidentemente. E ainda a extrema qualidade do exposto, a criatividade e as
novidades que ganham honras de primeira página nos jornais.
E o impacto dos prémios na conta corrente dos felizes contemplados :-) .
Razões novas para voltar a Chelsea no próximo ano? O "piscar de olhos" à ciência, à educação contínua e às questões ecológica e ambiental que já se fez sentir na exposição deste ano e que prenuncia um olhar mais crítico e adequado ao tempo em que vivemos por parte dos seus organizadores.
I'll be back, then.