terça-feira, dezembro 27, 2005

euphorbia pulcherrima



E. pulcherrima, baptizada de poinsétia, mas também conhecida por estrela-do-natal ou cardeal, é a planta da época. Encontramo-la na primeira fila dos hortos, nas montras dos talhos, em versão plástica nas lojas dos 300... Afinal, é mais uma invenção americana que invadiu os nossos Natais.
A poinsétia que conhecemos hoje é descendente de um arbusto nativo do México e da América Central, onde crescia espontaneamente. Os aztecas utilizavam as suas brácteas* para fazer tintos e a sua seiva para baixar a febre.
Em 1828, Joel Roberts Poinsett - o primeiro embaixador americano no México e famoso botânico - descobriu esta planta numa das suas saídas de campo. Impressionado com a sua beleza e cor, Poinsett recolheu algumas estacas da planta que enviou para as suas estufas na Carolina do Sul. Alguns anos mais tarde, a euphorbia pulcherrima era baptizada de poinsétia em honra do responsável pelo seu achamento.
A sua difusão e comercialização enquanto planta de interior deve-se a Paul Ecke, um floricultor da Califórnia. Ao reparar que a sua floração coincidia com a época natalícia, imediatamente transformou a poinsétia num dos símbolos do Natal. Várias espécies foram desenvolvidas e reduzidas para poderem ser usadas como plantas de interior. A Paul Ecke devem-se também as variedades mais conhecidas, às quais aquele floricultor deu nomes de membros da sua família: 'Barbara Ecke Supreme' (brácteas vermelho púrpura), ' Mrs. Paul Ecke' (brácteas vermelho sangue) e 'Ecke's White' (brácteas brancas).
As poinsétias são plantas que requerem imensos cuidados. Para "florirem" (ou seja, para que os seus botões e brácteas se formem) a tempo do Natal, as plantas devem ser sujeitas a um tratamento de luz que dura cerca de oito semanas. A partir do primeiro dia de Outubro, devem estar na total escuridão durante 14 horas por noite para que as suas folhas se transformem.

* folhas modificadas, frequentemente fazendo parte de uma flor (também, por ex., na buganvília)

sábado, dezembro 24, 2005

já cá canta...



... um ano de blogue!!!

Ultimamente, menos presente mas prestes a regressar em força às novidades florais e hortícolas.
Por isso, recebi esta prenda musical (que chegou em MP3):

O Jardim

Há tanto tempo que não me ocupo do jardim
A última vez estava frondoso
A buganvília a tingir-se de vermelho
Trepando
O perfume inebriante
E as festas ao cair da tarde
Parece que foram há séculos
Noutra encarnação
Os meus amigos traziam as bebidas
E a jovialidade
O jardim enchia-se de gente
De beijos
Pelos cantos
Sôfregos de desejo

Inventavamos planos de rebelião
Sonhos de transmutação
Passavamos horas a inventar
Entre duas carícias
Surgiam ideias puras e inocentes
Como a nossa vontade de tudo abarcar
Era um frenesim constante
Faz-me pena agora
Olhar para ele
Para as suas sebes abandonadas
De ramos retorcidos
Jaz tombada a grande epícea
E uma enorme cratera
Substitui os belos canteiros de outrora

Há tanto tempo que não me ocupo do jardim

Adolfo Luxúria Canibal e António Rafael, em Primavera de Destroços

(obg, PG. )

domingo, dezembro 18, 2005

o canteiro oriental



Acrescentei um pouco de exótico à horta com a plantação de um canteiro dedicado às ervas aromáticas vietnamitas, tailandesas, indonésias e de outras paragens asiáticas. Comecei pelos coentros e acrescentei mais uma variedade de malagueta (enquanto não encontro a verdadeira malagueta tailandesa, esguia e de um vermelho vivo), uma hortelã vietnamita e um exemplar de erva-principe (cymbopogon citratus). Esta última é um ingrediente presente em imensos pratos da cozinha tailandesa. Com a parte superior das suas folhas faz-se um chá altamente digestivo e refrescante.

Larp (Tailândia)
Torrar 2 colheres (sopa) de arroz numa frigideira, em lume médio, até os grãos adquirirem uma cor acastanhada-clara. Agitar a frigideira de vez em quando. Deixar arrefecer o arroz e moer num moínho de especiarias.
Cortar em cubos 400 gr de peito de frango, sem pele e desossado. Num wok, deitar 3 colheres (sopa) de sumo de lima, 150 ml de caldo de galinha e 3 colheres de sopa de molho de peixe (à venda nas mercearias com produtos orientais). Levar ao lume até ferver. Juntar o frango e mexer bem até a carne ficar branca.
Passar para uma tigela e acrescentar o arroz, 1-2 colheres (chá) de malaguetas moídas, 1 cebola vermelha picada, 2 caules (parte inferior) de erva-princípe e 2 colheres (chá) de casca de lima. Mexer tudo muito bem para ligar os ingredientes. Guarnecer com coentros ou hortelã e servir imediatamente.

(Adapt. Norman, Jill - ervas aromáticas e especiarias. Porto, Ed. Civilização)

regresso num domingo de sol



Hoje teve de ser, não resisti a meter as mãos na terra. Os afazeres profissionais não esperam, mas a natureza também não. Como consegui adiantar trabalho ontem, ganhei umas horas para a jardinagem.
Assim, o domingo começou com dois dos meus programas de jardinagem preferidos, na BBC Prime:
- Ground Force - numa versão sem o emblemático Alan Titchmarsh, a equipa liderada por Tommy Walsh e Charlie Dimmock transformam mais um jardim, numa corrida contra o tempo.
- Model Gardens- o programa consiste na remodelação total ou planificação de um pequeno jardim. O apresentador Sven Wombwell, com a ajuda preciosa dos modelos de Graham Avis, ajuda os donos a visualizar o aspecto final.
Inspirada por estes momentos de "jardinagem no sofá", segui para o jardim onde há muito que fazer. Desenganem-se aqueles que acham que no Inverno a jardinagem se torna pouco interessante. Apesar do ritmo abrandar um pouco, há muito a fazer: as podas de roseiras, de outros arbustos e de árvores de fruto, as sementeiras de ervilhas-de-cheiro, a plantação de bolbos variados, a limpeza de folhas secas e infestantes...
Pois então, ao trabalho!

sexta-feira, dezembro 09, 2005

mercado de produtos biológicos

Finalmente, concretizou-se o que já vinha a reclamar há muito tempo: um mercado de produtos biológicos que permite aos pequenos produtores escoar as suas culturas. Aos sábados, entre as 10h00 e as 18h00, no Núcleo Rural do Parque da Cidade do Porto (entrada pelo Beco das Carreiras, à Vilarinha). Para quem tem saudades do cheirinho das maçãs ou do sabor de uma sopa de abóbora a sério.